sábado, 23 de abril de 2011

"Marinheiro de primeira viagem"

Era difícil de acreditar no que ele estava vendo agora. Era isso mesmo ? O fim, assim, sem, mais nem menos, sem explicações, apenas um "não dá mais", costas viradas, e o som de passos dados por pés que se afastam ? Mateus estava boquiaberto. Logo ela que lhe jurara amor eterno, prometera tanta coisa, há dias atrás colocava-o como a coisa mais importante de sua vida. Logo ela que lhe dera o primeiro beijo, logo ela que tinha os mais lindos sorrisos, que tinha as palavras mais meigas, logo ela... Não, ela não podia ir embora, não ela ! Ele tinha vontade de gritar seu nome, correr atrás dela, puxar o seu braço, virando-a de frente e lhe dar um beijo de cinema. Tinha vontade de gritar em sua cara que não era assim que as coisas funcionavam, tinha vontade de dizer que ele era o homem ali, que ela tinha que obedecer quando ele dizia que "não era o fim coisa nenhuma". Tinha vontade de simplesmente se ajoelhar, e chorando, pedir por Deus que não fosse embora. Mas eram vontades, apenas vontades, na verdade... ela estava indo embora, cada vez mais longe, e ele não fizera nada. Estava ali, parado, o coração em frangalhos, sem ter dito ao menos ... Adeus.

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As primeiras decepções, parecem ser as maiores, quando na verdade, não são ...

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